Patañjali

Historicamente, Patañjali deve ter vivido em algum momento entre 500 e 200 a.C., mas muito do que sabemos do mestre do yoga provém de lendas.

Referimo-nos a ele como um sayambhu, um espírito evoluído, encarnado por vontade própria a fim de ajudar a humanidade. Ele assumiu a forma humana, vivenciou nossas alegrias e tristezas, e aprendeu a transcendê-las. Nos Yoga Sutras ele descreve maneiras de superar as aflições do corpo e as flutuações da mente: os obstáculos para o desenvolvimento espiritual.
As palavras de Patañjali são diretas, originais e tradicionalmente consideradas de origem divina. Passados mais de vinte séculos, elas continuam atuais, fascinantes e absorventes, e assim continuarão pelos séculos vindouros.
Os 196 aforismos ou sutras de Patañjali está dividido em quatro capítulos ou padas (partes), cobrem todos os aspectos da vida, começando com a prescrição de um código de conduta e terminando com a visão do verdadeiro Si-mesmo por parte do indivíduo.

Os quatro capítulos ou padas do livro são:
1. samadhi pada (sobre a contemplação).
2. sadhana pada (sobre a prática).
3. vibhuti pada (sobre as propriedades e os poderes).
4. kaivalya pada (sobre a emancipação e a liberdade).

Cada palavra dos sutras é concisa e precisa.
Assim como cada gota de chuva contribui para a formação de um lago, cada palavra contida nos sutras contém riqueza de pensamento e experiência, sendo indispensável para o todo.
Patañjali escolheu escrever sobre três disciplinas: gramática, medicina e yoga. Os
Yoga Sutras, o ápice do seu trabalho, é a sua destilação do conhecimento humano. Como pérolas em um fio, os Yoga Sutras formam um colar precioso, um diadema de sabedoria iluminadora. Compreender sua mensagem e colocá-la em prática é transformar-se em uma pessoa altamente culta e civilizada, um ser humano raro e valoroso.
Este conhecimento conduz à experiência da liberdade perfeita para além da compreensão comum. Por meio do estudo fervoroso dos sutras e da devoção, o sadhaka (praticante) é finalmente iluminado pela luz do conhecimento elevado.
Por intermédio da prática, ele irradia benevolência, simpatia e compaixão. Esse conhecimento obtido por meio da experiência subjetiva confere-lhe alegria, harmonia e paz ilimitadas.

Considerando a interpretação do mantra para o Português, podemos traduzir:

Inclino-me perante o mais nobres dos sábios, Patanjali, que nos deu o yoga para serenidade da mente, a gramática para clareza e pureza da fala, e medicina para saúde perfeita.

Inclino-me diante de Patanjali, encarnação de Adisesa, cujo corpo superior tem forma humana, que segura uma concha (tom original), um disco (Infinito) e a espada (poder do discernimento), que é coroado por uma serpente de mil cabeças.

INVOCAÇÃO À PATANJALI

yogena cittasya padena vācāṁ
malaṁ śarīrasya ca vaidyakena |
yo’pākarottaṁ pravaraṁ munīnāṁ
patañjaliṁ prāñjalirānato’smi ||

Por meio do Yoga retira a Impureza da mente, pela gramática a impureza da linguagem e pela medicina a impureza do corpo físico.

Com as minhas mãos juntas eu respeitosamente reverencio Patanjali.

Aquele que é o maior entre os sábios

ābāhu puruṣākāraṁ
śaṁkhacakrāsi dhāriṇam |
sahasra śirasaṁ śvetaṁ
praṇamāmi patañjalim ||

Com a parte superior do corpo humano. Carrega a Concha(Tom original), o Disco(Infinito) e a Espada(poder do discernimento)

Tendo mil cabeças brilhantes
eu revencio Patanjali

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