Conserve o estado vazio, e se prencha da bênção que é receber.
![Pune (Índia)](https://static.wixstatic.com/media/33d3ef_36e912c2ef58405e8987b762ffebc02f~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_1307,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/33d3ef_36e912c2ef58405e8987b762ffebc02f~mv2.jpg)
Quando em Pune cheguei para o intensivo de Iyengar Yoga, em nossa primeira aula, a neta de Guruji Abhijata falou sobre o copo vazio.
Sobre como deveríamos estar para receber os ensinamentos propostos.
Trouxe-nos a fala de Guruji, do estado vazio para o aprendizado.
Ali, tive a plena convicção da minha conexão com o local e tudo que estaria por vir. A expressão dos olhos de Abhijata foi outra fala que se manteve forte e constante para mim.
E durante as aulas eu não tinha apenas a sua fala, eu prestava atenção em seu olhar, buscava interpretar também ali. Uma vastidão de sentidos me despertava através dessa fala dos seus olhos.
Foi algo que me marcou profundamente, uma conexão.
Quando Abhi falou sobre o estado vazio, meu corpo sinalizou calma, minha mente se manteve estável, e meu coração quieto.
O medo não fez morada em meu ser em nenhum momento, porque eu me senti meio que em "casa", coloquei para mim a proposta – “ observadora do meu próprio ser observador.”
Apenas respirei fundo quando ela falou sobre o sentido vazio, e agradeci imensamente por essa fala; eu sabia da intensidade do curso, da intensidade do lugar e da minha intensidade na sede do aprendizado.
Todo ano eu coloco um Yama e Niyama para ser trabalhado diariamente, vou agregando aos já praticados nos anos anteriores. Neste ano santosa (contentamento) e Isvara Pranidhana (entrega ao Supremo – a Deus) me escolheram. Então desde que começou em 2017 o processo para esta viagem eu fortaleci dia após dia a minha intenção de estar em Pune, e diariamente santosa e Isvara Pranidhana vinham como “prova de fogo”.
Então em maio no final de uma prática intensa eu escrevi sobre o estado vazio. E disse a mim que o meu estado para ir para o Instituto, para ir a Índia seria o estado vazio.
Foi com essa intenção de "estar vazio" que eu me preparei para passar meus dias na Índia.
O Vazio.
O contentamento.
E a entrega.
Quando lá cheguei, a minha voz... aquela voz interna disse assim... “ você voltou para casa". Então não apenas nas aulas do intensivo, mas sim para o todo eu fiz das palavras de Abhi que vieram a confirmar o meu próposito uma extensão do meu tapete, a confirmação daquilo que já estava dentro de mim, para tudo que vi, ouvi e vivi.
Tudo que senti. Tudo que foi. Tudo que é, e tudo que será.
O sentido vazio me acompanhará.
![](https://static.wixstatic.com/media/33d3ef_8533f2e9b08146b5af92b4ff517fe281~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_1152,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/33d3ef_8533f2e9b08146b5af92b4ff517fe281~mv2.jpg)
Todos os dias esse era também o meu grande diálogo.
Assim pude observar e absorver. Receber.
Consegui transcorrer da fala do olhar de Abhijata Iyengar até a fala dos gestos e da força interna que Raya Uma Datta me sinalizavam. Transcorri pela seriedade, leveza e calma em RajLaxmi, e deparei me com uma força, inteligência e precisão em Geeta Iyengar; transcorri por uma bravura de um semblante que me dizia “aquietamento “ através de Sunita Iyengar, e deparei me com a firmeza, seriedade e a filosofia de Prashant. Fiz uma longa viagem, não exatamente para Índia, mas para lugares desconhecidos, antes não visitados dentro do meu SER. Afirmando intensamente a importância de conservar o “estado vazio”.
Acredito sim que quando temos certezas demais, nos impossibilitamos do simples e precioso fato de viver e aprender.
Conclusões sem a verdadeira vivência do fato em si, não deve ser transformada em fala, nem em palavras, é preciso primeiro sentir, experimentar.
Conserve o estado vazio, e se prencha da bênção que é receber.
A família Iyengar, Guruji! RIMYI BÊNÇÃOS! GRATIDÃO, respeito, e todo meu AMOR!
Elaine Moreli
Pune - 2018
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