É uma transformação gradual do esforço com esforço em um esforço sem esforço, através da minimização do esforço fÃsico e do aprimoramento da qualidade de observação e atenção da inteligência.
Sadhana é comumente traduzido como uma penitência ou prática austera. Consiste no empenho aplicado e efetivo para alcançar um objetivo, sem importar os impedimentos ou obstáculos que se apresentem no caminho. É um processo engenhoso que possibilita aumentar a efecicácia para alcançar o caminho escolhido. Sadhana-kriya é um ato ou uma ação hábil. É uma transformação gradual do esforço com esforço em um esforço sem esforço, através da minimização do esforço fÃsico e do aprimoramento da qualidade de observação e atenção da inteligência, para que esta penetre na sadhana para o sadhaka (praticante).
Sadhana é um suporte, um agente, um aparato ou instrumento usado para atingir o objetivo de adquirir experiência e conhecimento espiritual.
Sadhana é a ação articulada para implementação de um caminho escolhido. É um meio, imbuÃdo de desejo ardente, que é utilizado para realizar uma ação habilmente.
Patanjali denomina o segundo capÃtulo como Sadhana Pada, o que é muito significativo. Primeiramente ele nos oferece uma orientação prática tripartida, indicando a própria ação a realizar, a saber: tapas (anseio ardente), svadhyaya (autoestudo), e Isvara pranidhana (devoção a Deus). Esses três aspectos da sadhana são a base da prática ióguica. Patanjali dá mais enfâse à ação efetiva do que à especulação. Perfeitamente ciente que o neófito está curioso para saber por onde começar, Patanjali oferece o ponto de partida da sadhana, e o cunha como kriya yoga. Ele explica kriya yoga como o esforço dinâmico feito pelo sadhaka. No Sadhana Pada ele trata sobre o quê , o porquê, e como praticar yoga.
Patanjali oferece a metodologia e o aparato que nós como aspirantes do yoga necessitamos utilizar para alcançar o objetivo do yoga.
Esse capÃtulo inclui a ação a realizar, o esforço para conseguir o objetivo, o fim: a emancipação.
Nós possuÃmos o corpo elemental, os órgãos da ação, a energia prânica, a mente, a inteligência e a consciência do ëu" - (citta). Esses são nossos suportes (bija), nossos instrumentos e aparatos a utilzar para nossa própria elevação na nossa sadhana.Todos esses instrumentos são para a nossa sadhana.
Logo, há uma metodologia, um caminho indicado e delineado por Patanjali como Astanga Yoga (asta = oito; anga = membro, aspectos ou pétalas). Os Astangas são: yama, niyama, à sana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi. Através dessas oito pétalas ou aspectos, os instrumentos mencionados acima são treinados, tonificados e afinados de modo a incrementar nossa eficiência em alcançar o objetivo do yoga.
Esses oito aspectos do yoga devem ser praticados na forma do trÃplice krya yoga, que inclui o interesse ardente, o autoestudo e a devoção a Deus.
Patanjali também instrui e orienta que a sadhana é progressivamente concluÃda em 3 camadas: Bahiranga sadhana, Antaranga sadhana e Antaratma sadhana. Isso se traduz como busca exterior, busca interior, e busca mais profunda, que é a Alma. (Leia Luz sobre o yoga pagina 25).
Para realizar uma conquista, primeiro há uma preparação externa, depois há uma preparação interna, e, finalmente há uma preparação a um nÃvel mais profundo, desde a cabeça, o coração e o próprio núcleo. A profundidade da sadhana está correlacionada aos nÃveis acima, o esforço externo, o esforço interno, e o esforço mais profundo ou sadhana.
Patanjali classifica yama, niyama, asana, pranayama e pratyahara como bahiranga sadhana; dharana e dhyana como antaranga sadhana, e sabija e nirbija samadhi como antaratma sadhana.
É essencial que cada sadhaka tenha em mente que os oito aspectos são praticados em todos os três nÃveis, a saber, bahiranga, antaranga e antaratma. É necessário penetrar desde a periferia ao núcleo e desde o núcleo à periferia. A prática do bahiranga sadhana traz profundidade à sadhana. Essa profundidade se converte em refinamento no antaranga sadhana e, então, a antaranga sadhana leva o sadhaka bem fundo em direção ao transformando a sua sadhana em antaratma sadhana. Nesse estágio, a demarcação da sadhana se desvanece e desaparece. Daà em diante a sadhana passa a se iniciar a partir do ser - (jivatman) que habita internamente.
SA TU DĪRGHA KĀLA NAIRANTARYA SATKĀRĀSEVITO DRDHABHŪMIH.
A prática torna-se firmemente implantada quando bem desempenhada por longo tempo, sem interrupção e com toda austeridade.
(Sutra 1.14 - Yoga Sutra de Patanjali)
Fonte: Basic Guidelines for Teachers of Yoga (Based on the Teachers Training for Preliminary Course Taught at the RIMYI) - B.K.S. Iyengar - Geeta S. Iyengar
Diretrizes Básicas para Professores de Yoga - baseado na formação de professores para o curso preliminar ensinado no RIMYI.
Tradução: Fernando R Sanchez Lynn, Eduarda Borpa Lippo, Karina Grecu, Geisa França, Katia Dacosta
Revisão: Katia Dacosta e Fernando R Sanchez Lynn
Imagens: Elaine Moreli